
ISBN
Formato digital
979-13-87631-80-2
Fecha de publicación
27-03-2025
Licencia
D. R. © copyright 2025 Ma. de Lourdes Salas Luévano y Alex Oswaldo Sánchez Huarcaya
Harryson Júnio Lessa Gonçalves
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP
0000-0001-5021-6852
Acerca de
A obrigatoriedade do ensino de sociologia no Brasil surge no início do século XX, substanciada no ideário republicano e atravessada por disputas ideológicas e políticas que promoveram avanços e retrocessos que marcam a implementação desta disciplina no Ensino Médio brasileiro.
Mesmo com o advento da Lei Federal nº 11.684/2008 que torna obrigatório o ensino de Sociologia e Filosofia no Ensino Médio, tal disciplina é constantemente atacada, como por exemplo em 2016, durante a elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em que a sua obrigatoriedade foi questionada e, ainda, os atuais movimentos conservadores que consideram os temas tratados nessas disciplinas como controversos.
Deste modo, os cursos de licenciatura em Ciências Sociais ou em Sociologia tornam-se espaços de (re)existências para a estabilidade desta disciplina no currículo escolar. Tais espaços de formação possibilitam o ensino crítico da disciplina pautado na justiça social – situação que incomoda forças neoliberais e conservadoras que tensionam o currículo escolar.
Nesta perspectiva é que teço a presente narrativa com o intuito de descrever a trajetória formativa do Estágio Supervisionado, como parte obrigatória da formação de professores de Sociologia no curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), câmpus de Marília, percebendo o estágio supervisionado, desde um olhar etnográfico para o “Currículo”, enquanto “produção do cotidiano escolar”, como possibilidade para construção da identidade docente. Tal perspectiva de Currículo é pautada nos escritos da pesquisadora brasileira Inês Barbosa de Oliveira.
[…] diferentemente do pensamento hegemônico, que percebe o cotidiano como espaçotempo de repetição e do senso comum, no qual não há reflexão e, portanto, não há criação de conhecimentos, entendo o cotidiano como espaçotempo rico de criações, reinvenções e ações, de tessitura de relações sociais e de redes de conhecimentos e valores. (Oliveira, 2012, p. 56)
Referencias
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